terça-feira, abril 26, 2005
EU ODEIO PERNILONGOS
Deus quando criou o mundo ficou extasiado com sua beleza. Quanta perfeição! O céu em sintonia com o oceano, que por sua vez alimenta a terra e os animais. O criador ficou a maior parte do tempo em que se dedicou a criar o universo desenvolvendo a complicada teia que envolve todos os animais colocados na face da terra.
Tudo começa com aqueles que se alimentam de plantas, os herbívoros, e cada um existe para ser alimento de um e se alimentar de outro. E eu me pergunto: onde entra aí o MALDITO PERNILONGO, meu Deus!!??
Acho que foi numa distração de Deus, ele errou na mão. Na verdade ele queria criar outro ser, não é possível! Às vezes me pego pensando que o pernilongo foi uma gozação de Deus. Isso é heresia, mas seria uma explicação plausível. Imagino Nosso Senhor com um saco de pipocas na mão e rindo de nós aqui na terra tentando nos livrar da pequena piada que ele soltou voando dentro das nossas casas.
É ou não é engraçado, pensem bem: nós estamos dormindo sossegados depois de muito trabalho. No escuro, eles chegam de mansinho praticamente dentro de nossos ouvidos com um zunido insuportável. Aí a gente acorda, acende a luz e... Eles somem. Tentamos em vão achar o desgraçado, procurando em cada cantinho do quarto, cada possível esconderijo. Com a maior cara de sono, somos vencidos finalmente, torcendo para que o maldito tenha desistido ou se saciado com nosso sangue e nos deixe dormir em paz. Aí a gente volta a dormir e o tempo vai passando e ele não aparece de imediato. Claro! Ele aguarda pacientemente o sono chegar de novo. E quando menos esperamos estamos nos estapeando no meio da madrugada para tentar acertar o danado.
Que animal na face da terra tem barulho para irritar aquele que quer sugar? Porque não o silêncio? Que animal consegue superar o Baygon e usá-lo como droga? O pernilongo consegue. Agora seu veneno virou seu barato e ele suga nosso sangue: doidão. E eles estão cada vez maiores, com as pernas mais longas e com o zzzuiiiinnn mais agudo. Sabem também escolher o melhor sangue da casa. Escolhem o melhor quarto e o sangue mais novo e doce. De preferência de um bebezinho. E avisam aos amigos: “Aí Galera! Voa pra cá! Tem sangue novo no pedaço!”
Postado por Carol ás
11:18 AM|
domingo, abril 17, 2005
NOVIDADES NA NET
Para quem ainda não sabe, vale a dica: o Davi tem um fotolog só dele. Visitem o São Coisas Davi
Quem está curioso para saber como foi o batizado pode ver o nosso álbum de fotos no yahoo fotos.
Uma prévia para os mais ansiosos:
Foto: Élcio Paraíso
Postado por Carol ás
8:42 PM|
domingo, abril 10, 2005
BATIZADO DO DAVI
Agora meu filho foi re-entregue aos braços de Deus e Nossa Senhora, que vão olhar por ele todos os dias da sua vida. Assim como tem sido comigo. Eu, que pedi tanto para ser agraciada com a honra de ser mãe, comemorei a conquista apresentando o Davi à igreja e agradecendo a Jesus pela perfeição que ele é.
Davi encheu a igreja com seus admiradores. É impressionante como ele é amado. Assim me sinto amada através dele. Todas as pessoas mais importantes estavam lá, várias delas o presentearam mais uma vez. Roupinhas, brinquedos incríveis, mamadeiras, copos, pratinhos, colher e garfo, mochila ( já é um rapazinho!!!). A madrinha dele, minha irmã, deu uma jóia maravilhosa: um colar de ouro com um pingente de cruz com um design estiloso e ultramoderno. O padrinho, André, veio dos Estados Unidos e o encheu de roupas de frio, meias e gorrinho de lã. O inverno agora pode chegar! A roupa que ele estava vestido para a ocasião, italiana, foi presente da Vovó. Ele ficou simplesmente lindo com um macacão branco de linho. Desculpa a babação, gente, mas foi um arraso!
A cerimônia foi linda e muito descontraída. Ele ficou sorridente e animado o tempo todo. Pensei que ele fosse ficar chorando, afinal essa cerimônia é muito estressante para os bebês. A espera para eles é longa, o padre fica passando óleo no peitinho, na cabeça... Coloca um punhado de sal na boca deles, segura junto com a mão do neném uma vela acesa e finalmente joga água da pia batismal. No caso do batizado do Davi foi muito bonito, mas achei uma judiação. Ele ficou de barriga para baixo e quando avistou a linda travessa cheia de água ficou todo animado e começou a bater os bracinhos e fazer biquinho, como se fosse colocar tudo dentro da boca. O padre jogou muita, muita água mesmo na cabecinha dele. Ele chorou, assustado, mas logo que o enxugamos, ele parou. Ficou todo molhado, mas o padre achou o máximo, dizendo que é bom porque refresca.
No final ele ficou muito cansado, chorou, e quando entramos no carro para comemorarmos o batizado num almoço num restaurante de comida mineira, ele dormiu o sono dos justos. Sono daquele que já não tem pecado algum e é protegido pelos anjinhos.
Postado por Carol ás
6:05 PM|
quarta-feira, abril 06, 2005
VIDA QUE VAI, VIDA QUE VEM
Aeroportos são uma boa metáfora da vida. Para mim pelo menos, pois adoro passear em seus grandes corredores. Talvez porque ir até ele me volte sempre a sensação de estar indo viajar para longe em busca do novo, do desconhecido, do diferente.
O caminho até lá é longo. Aqui onde moro temos que sair da cidade para chegar no enorme Aeroporto de Confins, então toda vez precisamos da ajuda de parentes ou amigos para nos levar para o embarque. É sempre uma alegria, estamos animados e ansiosos com a jornada que escolhemos. As filas nesse caso nunca me chatearam, nem toda a burocracia que envolve um check in. É tudo diversão, e além do mais, vou embarcar num avião! Nossa, que incrível! Sempre me impressionei com seu tamanho, barulho e toda infra-estrutura que envolve a decolagem de um bichão daqueles.
Quando o avião decola me dá aquele frio na barriga, um medo tão grande! Simplesmente não consigo entender como é possível para nós humanos voarmos dentro daquela coisa. O tempo de vôo vai passando e acabo me acostumando com a sensação de estar nas alturas. Só que quando chega a hora da decolagem sinto tudo de novo.
O propósito deste texto, porém, é dizer sobre aeroportos, suas chegadas e partidas. Me emociono com a emoção das pessoas. De um lado do aeroporto, no embarque, vejo famílias chorando. Dizem adeus. Alguém que ama e é amado tem que partir. Muitas vezes para longe, muitas vezes por muito tempo. Algumas até para sempre... Quem fica no aeroporto depois de deixar alguém que ama ir embora, acaba com um nó na garganta. Passos lentos, cabeça baixa, e por vezes muitas lágrimas o acompanham até o estacionamento. A volta para casa é triste e silenciosa.
A chegada de alguém que gostamos e não vemos a muito tempo é algo que não se compara com nenhum outro acontecimento. Até chegar no aeroporto ficamos só pensando nessa pessoa, de como ela é importante, como faz falta, o que fizemos da última vez que nos vemos. Corremos para o portão de desembarque. É uma delícia procurar o avião naquela lista de pousos. AI, JÁ CHEGOU! O avião está na pista! Isso significa que estamos muito perto de matar a saudade. A disputa por um lugar melhor em frente ao portão é grande. Tanta gente espera por alguém... Cada rosto uma aflição diferente. Flores, faixas, buzinas. Tudo só para dizer para quem chega que é horrível a ausência. Uma namorada espera o seu amor estrangeiro. A esposa e filhos, o marido que foi trabalhar fora. Gente de hotel com plaquinhas esperam executivos com cara de estressados. Amigos esperam amigos.
Eu sempre tenho a impressão de que quem eu espero é o último a sair. Olho cada mala com expectativa: Agora vai ser! E nunca é. Sempre é mais demorado do que eu gostaria e a excitação vira angústia, aperto no peito. Acaba chegando quem eu espero, e por ser grande a espera o coração bate mais rápido e é maior e mais apertado o abraço.
E aí, então, vamos viver juntos até o próximo embarque.
Postado por Carol ás
8:26 AM|
